21 de nov. de 2015

19.

"All the demons cry, cause you and I, found love in a broken place..." - Kingdom Come. 
2010
 Três dias tinham se passado desde que falei com papai. Não tinha comentado nada com Demi, falei para ela que papai não tinha aparecido, claro, se eu contasse para Demi o que ele havia proposto, ela seria a primeira a dizer não. Sei que foi errado esconder de Demi isso, mas eu realmente estava pensando nessa proposta. Era só vender meus quadros na exposição e pagar meu pai depois, simples. Mas se eu não conseguisse? Se eu não conseguisse vender os quadros e depois tivesse que trabalhar com meu pai?
- Você está estranha - Demi falou fazendo eu voltar a realidade.
- O que?
- Não está prestando atenção no que eu estou dizendo - ela falou - O que está acontecendo, (SeuNome)?
- Eu só estou pensando... - parei de falar e a encarei - Casa comigo.
- De novo esse assunto, (SeuNome)?
- Quero saber sua resposta, Demi - disse.
- O que é isso agora? Porque essa necessidade de casar? Estamos tão bem assim, morando juntas, vivendo nossa vida, para que casar...
- Então isso é um não?
- Não! Quer dizer, sim! - Demi passou as mãos pelos cabelos - O que eu estou querendo dizer é que não precisamos disso, não precisamos casar, eu sou sua e você é minha, para sempre, não preciso de aliança ou um documento para saber disso...
 Interrompi-a com um beijo, um beijo intenso, como se minha vida dependesse daquilo.
- Eu amo você.
- Eu também amo você - ela sorriu e logo me abraçou - Eu sou sua, para sempre.
 Assenti e logo ela deitou-se, encostando sua cabeça em meu peito e passei meus braços por sua cintura abraçando-a.
 Talvez Demi não precisasse de uma aliança ou um documento para provar que o amor que sentíamos era algo para sempre, mas eu tinha essa necessidade, eu a amava e casamento me parecia algo necessário em todo nosso relacionamento. Demi dormia em meus braços, levantei cuidadosamente sem acorda-la e fui até a varanda, pegando meu telefone.
- Já era tempo - ele atendeu.
- Um vez você me disse que eu era confiante igual a mamãe - disse e mesmo não o vendo, ouvi prendendo a respiração assim que falei de minha mãe - Você sabe porque eu vou aceitar isso? Porque eu confio no que eu faço, confio na minha arte e no fim, é disso que eu preciso.
***
- Ela não vai vim - disse andando de um lado para o outro.
- Calma, (SeuNome) - Jess disse pegando em meus ombros. - Dallas ligou e disse que já estão a caminho.
- Isso foi a cinco minutos atrás! Ela deve ter desconfiado e descido do carro e...
- Meu Deus, porque toda pessoa que vai casar é assim?! - Selena falou bufando. - Para de ficar paranoica com isso, você tem que se acalmar, o que você acha que vai acontecer quando Demi entrar por aquela porta e ver você nervosa assim?
- Selena está certa, (SeuNome), calma, você...
- Elas estão aqui! - Charlie disse entrando no salão, Jess me deu um beijo na bochecha e sussurrou um 'boa sorte' indo com Charlie e se escondendo, Selena me lançou um sorriso e seguiu com os dois.
- Calma, calma, vai dá tudo certo, ela vai ficar um pouco assustada, é normal, já que você disse que não ia se casar com ela...
- (SeuNome)? - Demi tinha uma expressão confusa no rosto - O que... O que você faz aqui?
- Lembra quando você disse que não precisava de uma aliança ou um documento para saber que eu era sua e você era minha? Eu também não preciso, Demi. Mas quando você disse eu fiquei pensando, pensando... As únicas experiências que nós temos é dos nossos pais, bem, o casamento dos meus pais foi uma das coisas mais bonitas que eu já tive o prazer de ver, o jeito que ele olhava para ela todos os dias... Já você, sua experiência não foi das melhores... Mas agora, com Dianna e Eddie, sua mãe teve uma segunda chance e você com certeza ver o quanto eles são felizes... Enfim, eu não estou aqui para falar do casamento dos nossos pais, eu estou aqui para falar sobre o nosso casamento.
- (SeuNome)...
- Eu quero casar com você, Demi, aqui e agora.

9 de nov. de 2015

18.

"I see it written on your face, you know you made it, your greatest mistake." - Mistake
2014
- (SeuNome)? – Louis falou assim que paramos em frente ao prédio.
- Sim? – perguntei depois de um tempo.
- Você pode ficar comigo, sabe, enquanto tudo isso se acalma – Louis falou timidamente, o encarei por alguns minutos, na verdade, longos minutos – Claro, se você quiser, a casa não é tão grande quanto a sua, mas...
- Porque está fazendo isso? – perguntei, sei que podia parecer rude, mas eu estava com essa pergunta na cabeça a muito tempo.
- Fazer o que?
- Me ajudando, ficando do meu lado quando ninguém mais... – engoli o seco, Louis deu um sorriso e pegou em meu ombro apertando-o.
- Você é minha amiga, (SeuNome), minha única amiga de infância – ele disse sorrindo – Eu conheço você.
- Não – disse balançando a cabeça negativamente – Você conhece a garotinha que desenhava em qualquer lugar menos em um papel.
- Exatamente – ele disse – E eu estou olhando para ela agora, eu sei que ela ainda está aí.
- Depois de tudo que eu contei para você, você ainda não me odeia?
- Não e como disse, eu conheço você, (SeuNome).
 Balancei a cabeça negativamente e deixei escapar um sorriso infeliz.
- Você é uma ótima pessoa, Louis – disse séria – Você continua o mesmo, mas infelizmente eu não.
- É claro...
- Eu vendi minha alma, Louis – disse interrompendo – Será que você ainda não percebeu? Eu acabei com aquela garota pintora, com a garota que ela costumava amar, com todos ao redor dela, eu, Louis. Eu vendi minha alma no momento que eu aceita o acordo.
- Mais uma vez essa história de acordo, que acordo é esse que você tanto fala?
- Você realmente quer ouvir? – perguntei e Louis assentiu – Só não garanto que você vai ter estomago para aguentar.
- Não se preocupe – Louis falou.
- Primeiramente, vamos voltar para galeria.